Foto: https://www.facebook.com/LeatriceMoellmann
LEATRICE MOELLMANN
( Brasil – Santa Catarina )
Leatrice Moellmann Pagani (Florianópolis[quando?] – Florianópolis, 8 de abril de 2019) foi uma poeta, contista e cronista brasileira.
Foi membro da Academia Catarinense de Letras, assumindo a cadeira 7 em 13 de dezembro de 1991.
Morreu em 8 de abril de 2019.
Livros publicados: Confissões de Amor / 1987, Florianópolis, (poesia); Em Busca de Ti / 1990, RJ (poesia); A obra inédita de Carlos de Faria e a Guerrilha literária em Santa Catarina / 1994, Florianópolis, ACL (poesia); Depois do Verão / 1997, Florianópolis, ACL (poesia); Gatos Ariscos / 1998, Florianópolis (romance); Amor nos Anos 90 / 1999, Florianópolis (poesia); Anita-mulher (Uma trajetória de amor) / 2000, Florianópolis (poesia); 2001m Florianópolis, 2ª ed., bilíngüe (português/italiano); Harpia, a Bruxa / 2004, Florianópolis (contos); Sedução / 2004, Florianópolis (poesia); João Moritz e o desenvolvimento de Florianópolis no séc. XX / 2007, Florianópolis (biografia).
VENTOS DO SUL. Revista do Grupo de Poetas Livres. Florianópolis, SC: Ano VI, Julho – Dezembro 2004. No. 23
Ex. bibl. Antonio Miranda
CONCERTO
Hoje amanhecem floridos
Arbustos ontem tristonhos
Novos bolões escondidos
Nas franjas de nossos sonhos
Alegres chilreiam ninhos
Longe cintila o arrebol
Garganta dos passarinhos
Na sinfonia do sol
Rubra energia explodindo
Em corolas multicores
A primavera surgindo
Néctar de doces sabores
Sou borboleta inquieta
Pousando de flor em flor
Até cair insurrecta
Na rede de novo amor
[in: Depois do verão, pág. 81]
[da ACL, do IHGSC, da ALBiguaçu]
VENTOS DO SUL Revista do Grupo de Poetas Livres. No. 28 Florianópolis, Janeiro a Junho de 2007 ex. bibl. Antonio Miranda
ODE AO MAR
Vem, estende as tuas espumas e lambe o meu corpo
Vem, abre as tuas entranhas de areia e abriga
o meu coração.
Me embala nas tuas águas salgadas como ao filho
no seio da mãe.
Te derrama sobre mim na carícia morna de
teus gestos eternos.
Joga sobre mim tuas estrelas do mar, tuas tatuíras,
tuas faíscas de prata.
Me envolve no teu embalo, me cobre com o teu sal branco.
Canta aos meus ouvidos tuas baladas de búzios.
Tenho anseio, tenho sede de ti.
Me prende nas tuas garras de algas e não me soltes mais,
que não quero morrer longe de teus ais soluçantes.
Deixa-me sentir na tua imensidão toda a grandeza do mundo,
e a minha pequenez e a glória de viver em ti,
de participar do concerto universal.
Deixa-me ser feliz contigo!
Longe de ti, eu morro: a aridez me sufoca, o mundo
é incompleto, e a felicidade impossível!
Reflete nos meus olhos a luz tremulante do luar
nas tuas ondas, as ardentias das tuas espumas.
Deita as tuas lágrimas sobre as minhas mãos, e choremos juntos
esta saudade infinita, tão infinita quanto o teu horizonte.
Debruça-te sobre mim, quero beber-te.
Quero encontrar em ti a pureza de Deus.
Se eu não puder chegar a ti, vem a mim.
Que a saudade te enfureça e precipite tuas águas, e as encastele,
e assoberbe, e revolva, e redemoinhe, e empine, e cavalgue,
e arremesse em vagalhões terra a dentro, à minha procura!
E um maremoto invada as terras em minha busca,
transpondo montanhas, subindo rios, percorrendo vales.
Lança-te onipotente neste planalto estorricado!
Fecunda-o!
Já deliro!
Estou à tua espera!
(In: Sedução, p. 99/100)
*
Página ampliada e republicada em março de 2023
*
VEJA E LEIA outros poetas de SANTA CATARINA em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/santa_catarina/santa_catarina.html
Página publicada em março de 2023
|